Mais uma vez, pesou a ineficiência do ataque rubro-negro. Embora não tivesse sido absoluto o Sport foi superior ao Salgueiro até a metade do segundo tempo. A sensação era que os atletas acreditavam que poderiam fazer o gol quando bem entendessem. As chances até vieram quando, de fato, o time acelerou o ritmo. Mas Felipe Azevedo e Samuel falharam, a equipe parou de produzir e viu o Salgueiro crescer no embalo da torcida e surpreender o Leão na primeira partida das semifinais do Campeonato Pernambucano, neste domingo, no estádio Cornélio de Barros.
Vitória sertaneja maiúscula por 2 a 0, que dá a vantagem ao Carcará de jogar até por uma derrota com um gol de diferença daqui a uma semana, no jogo da volta, na Arena Pernambuco, para chegar a uma inédita decisão de Estadual. Os dois gols do Salgueiro foram marcados de pênalti, no segundo tempo da partida pelo zagueiro Rogério Paraíba. O último gol, nos acréscimos, fez a torcida explodir de alegria. Ao fim do jogo, a comemoração das arquibancadas e dos atletas era digna de classificação - e não poderia ser diferente. Do lado rubro-negro, fica a reclamação no primeiro pênalti assinalado. A alegação é de que a bola bateu na mão de Durval, sem intenção.
O jogo
Foi um primeiro tempo travado. Sem emoção, lances de perigo e, consequentemente, sem gols. Embora levemente superior, o Sport foi uma equipe quase sempre lenta nas ações e não conseguiu transformar a maior posse de bola em domínio absoluto. Errando muitos passes e com dificuldades para penetrar o amarrado sistema defensivo sertanejo, o Leão não conseguiu construir sequer um lance de perigo até os 42 minutos, quando Wendel tabelou com Renê e apareceu como homem surpresa na área obrigando Luciano a fazer boa defesa. Restringindo-se basicamente a se defender (com eficiência, diga-se), o Salgueiro esteve ainda mais longe de incomodar.
No segundo tempo, a partida mudou de conotação. O Carcará resolveu sair mais para o jogo e o jogo ganhou em emoção. Logo aos 2 minutos, Kanu - que tinha entrado no intervalo - recebeu passe em velocidade pela direita e bateu cruzado com perigo. Com mais espaço, o Leão respondeu de pronto. Felipe Azevedo recebeu passe de Samuel e saiu de cara para o gol. O goleiro Luciano cresceu, o atacante enrolou-se com a bola e chutou na rede pelo lado de fora. Aos 4, foi a vez de Samuel fazer boa jogada individual e Luciano salvar outra vez.
Apesar de ter o nível técnico em baixa, o jogo seguiu movimentado. Melhor para a equipe sertaneja, que cresceu no embalo da torcida. Aos 28, Raniere recebeu passe de Marcos Tamandaré e Magrão fez grande defesa. Na jogada seguinte, o lance mais polêmico da partida: Cássio cruzou e a bola bateu na mão de Durval. Pênalti assinalado e bem convertido por Rogério: 1 a 0. Aos 33, Kanu perdeu grande chance de ampliar ao mandar para fora o cruzamento de Marlon.
Aos 45, o Sport ainda teve a chance de empate: Rithely acertou o travessão e no rebote, Oswaldo isolou. A vitória seria mesmo dos donos da casa. No minuto seguinte, mais um pênalti: Rithely derruba Kanu na área. Penalidade incontestável e, mais uma vez, Rogério mandou para as redes para felicidade geral no Cornélio de Barros.
Ficha do jogo
Salgueiro 2
Luciano; Marcos Tamandaré, Rogério, Ranieri e Lúcio (Marlon); Rodolfo Potiguar, Moreilândia, Victor Caicó e Cássio; Valdeir e Alemão (Kanu). Técnico: Sérgio China.
Sport 0
Magrão; Vitor, Oswaldo, Durval e Renê; Rithely, Wendel (Régis), Neto Moura e Diego Souza; Felipe Azevedo (Joelinton) e Samuel (Mike). Técnico: Eduardo Baptista.
Estádio: Cornélio de Barros (Salgueiro-PE). Árbitro: Emerson Luiz Sobral. Assistentes: Clovis Amaral da Silva e Fernanda Colombo Uliana. Gols: Rogério (2) (SAL). Cartões amarelos: Rodolfo Potiguar, Rogério, Marcos Tamandaré e Moreilândia (SAL); Neto Moura, Magrão, Rithely e Oswaldo (SPT). Público: 9.307
Renda: R$ 137.660,00.
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