sábado, 11 de junho de 2016

Prefeitura de Gravatá reativa Feira Orgânica‏

Feira Orgânica de Gravatá 
Depois de alguns anos sem funcionar com a estrutura necessária, na manhã deste sábado (11), a Feira Orgânica de Gravatá, no Agreste, foi reativada. Os produtores rurais de alimentos orgânicos (sem agrotóxicos), do distrito de São Severino, comemoram a reativação do equipamento onde é possível comercializar os produtos cultivados na própria cidade. O retorno só foi possível devido a uma parceria firmada entre a Prefeitura de Gravatá, por meio da Secretaria municipal de Desenvolvimento Sustentável e Agricultura, com a Secretaria estadual de Agricultura e os agricultores da Associação Ama Terra.

Em um novo espaço, a feira acontece todos os sábados, das 06 às 11h, na Praça Aarão Lins de Andrade, em frente ao Banco do Brasil, no Centro da cidade. Além de verduras e legumes orgânicos, no local estarão disponíveis, também, pães, bolos e pastéis. Tudo é produzido no distrito de São Severino, onde os agricultores vivem e cultivam o produto orgânico.

O gestor de Gravatá, Mário Cavalcanti, falou do apoio que a Prefeitura de Gravatá ofereceu aos produtores para a reativação da feira e, na ocasião, agradeceu a parceria firmada com a Secretaria estadual de Agricultura. “Agradecemos ao secretaria estadual de agricultura, Nilton Mota, pelo apoio ao nosso município. Já esses agricultores são uns verdadeiros heróis. Pois por uma questão de gestão, eles tinham estradas de péssima qualidade para se deslocar do distrito até a cidade. Nós recuperamos 50 km de estradas rurais, ainda temos outras a fazer e, dando continuidade ao nosso trabalho, iremos continuar com os serviços de melhorias', disse ele.

A secretária de Desenvolvimento Sustentável e Agricultura de Gravatá, Tercília Vila Nova, destacou os benefícios da feira para o produtor rural. “Há um tempo, os agricultores de São Severino não contavam mais com essa estrutura para vender os produtos aqui em Gravatá. Desde a nossa chegada na cidade, entramos em contato com a associação para verificar o que seria necessário para a reativação dessa feira e outras melhorias na localidade onde eles cultivam os alimentos. Para os produtores, o benefício é ainda maior pois vender o produto em Gravatá evita gastos com deslocamento para outros município garantindo um lucro maior e um custo menor para o consumidor”, destacou.

Muita gente que passou pela feira aproveitou para comprar os alimentos que são produzidos sem agrotóxicos. O casal gravataense, Inaldo Junior e Gabriela Vieira, tomaram conhecimento da feira e vieram certos de que estão garantindo mais saúde para a família, no quesito alimentação. “Há dois anos que mudamos a nossa alimentação e trocamos os alimentos que pudemos, por orgânicos, o que nos garante mais saúde. Por meio de exames identificamos elevações de taxas e outros problemas. Desde então, tomamos um cuidado maior nos alimentos que estamos adquirindo para a nossa família. Sem dúvidas, o alimento orgânico é 100% saudável”, destacaram.

Para o agricultor, Fagno Benedito da Silva, de 23 anos, a reativação da feira foi de total importância porque, agora, eles poderão vender os produtos em um local específico. “Eu comecei nessa feira com o meu pai, quando ainda era criança. Depois que ele faleceu, a gente quis continuar com a produção e comercialização. Porém, não havia um lugar específico para vender. Com a feira voltada para os orgânicos fica melhor para todos nós”, disse ao destacar que, com a padronização, os clientes identificam com mais facilidade o ponto de negócios.

Trinta famílias compõem a Associação Ama Terra. Eles trabalham, exclusivamente, com a produção de alimentos orgânicos e feiras agroecológicas. A coordenadora da Ama Terra, Marcione Baroni, explicou como funciona a feira e qual o documento que regulamenta o comércio. “Essa feira é credenciada com a Declaração do Organismo Social participativo, do Ministério da Agricultura, que garante que os produtos são, de fato, agroecológicos. Com isso, temos a autorização para vender o produto direto ao consumidor. Todos os agricultores de nossa associação possuem a sua OCS, que autoriza a venda dos produtos”, disse.

Uma das fundadoras da Feira Orgânica de Gravatá, a presidente de Associação Ama Gravatá, Malin Torekull, acompanhou a reativação da feira e compartilhou da alegria com os produtores rurais. “Iniciamos a associação Ama Gravatá, em janeiro de 1997, e a Ama Terra é uma filha de nossa associação. Desde 1997 nós percebemos a necessidade de instalar a feira orgânica aqui em Gravatá. Nós visitamos outras feiras que existem na região Sul do país e observamos que tínhamos excelentes produtos e pessoas interessadas. Foi então que iniciamos com apenas duas famílias. Hoje, eu compartilho com os produtores a alegria de ver que a feira está funcionando como deve ser”, disse.

Ama Terra – Associação dos Amantes da Terra de Gravatá, com sede no distrito de São Severino, zona rural, é uma ONG ambientalista, sem fins econômicos, apartidária, que defende a conservação e preservação da natureza e agroecologia. Formada por agricultores do local, eles atuam em Gravatá desde fevereiro de 2009. As atividades de produção e comercialização tiveram início em janeiro de 1997, junto com a Ama Gravatá. Atualmente, com 30 famílias associadas, cerca de 130 pessoas participam da associação. Desde 1997, Gravatá dispõe da Feira Agroecológica sendo, portanto, a primeira cidade a registrar a mesma no Estado.